sábado, 2 de julho de 2011

Veículos de comunicação "escondem" maracutaias da CBF


Diga-me que escândalos te interessam e te direi quem és.
Que silêncio é esse que encobre as sucessivas maracutaias envolvendo a CBF? Por que alguns veículos de comunicação preferem ignorar determinadas denúncias, por mais graves que sejam?
O Ministério Público quer que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, devolva R$ 9 milhões aos cofres do governo do Distrito Federal. Uma cacetada. Segundo as investigações, foi esse o valor desviado em uma fraude grotesca envolvendo um amistoso da seleção brasileira contra Portugal, em 2008.
Os detalhes estão todos aqui.
Todos os ingredientes que embrulham o estômago de pessoas honestas estão nessa operação financeira: laranjas, improbidade administrativa, ostentação de riqueza, escárnio com a Justiça, e a crença na impunidade.
O próprio Ministério Público do Distrito Federal classificou o caso como “aberração”. São indícios pesados, provas documentais, um prato cheio para quem quer contribuir para a limpeza ética deste país.
Esse é o papel do jornalismo. Mas certos escândalos não despertam o interesse de determinados veículos. Aí cabe a pergunta: por quê?
Um caso chama a atenção. Há duas semanas, quando o Jornal da Record veiculou outras denúncias sobre o "jogo sujo" de Ricardo Teixeira, somente o jornalista Juca Kfouri, um dos mais sérios do país, indignou-se e publicou o escândalo em seu blog. O portal UOL, do Grupo Folha, ao qual pertence o blog do Juca, deu destaque à notícia de absoluto interesse público. Agora, estranhamente, o UOL deixou o assunto prá lá.
Outros veículos matam o problema na raiz. Fingem-se de cegos, surdos e mudos, todo o tempo. Fingem até acreditar que isenção fiscal não é dinheiro público.
E existe até a turma dos descarados. Tem jornal, de ligações umbilicais com a CBF, que lança mão da estratégia mais rasteira do submundo do jornalismo para defender a sem-vergonhice: publica carta de "leitor" com ataques a quem critica o derramamento de grana do povo nos esquemas de 2014.
Se contra Ricardo Teixeira sobram provas, contra a ala podre da imprensa restam somente suposições, algumas impublicáveis. A menos ofensiva é que ela não se escandaliza com as denúncias e deixa a bola rolar.
Veja a reportagem e tire sua conclusão.

O Provocador

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